14/02/17

...

manel dizia a maria, deveras enternecido, que nem conseguia imaginar como seria a vida sem a sua companhia, que o sol abria caminho por entre qualquer tempestade para iluminar os seus passos e que as rosas coravam de vergonha perante a sua beleza.
maria, no início, achou graça à coleção de clichés mas, com o tempo, percebeu que manel não conseguia produzir uma única frase original, já que até nos restaurantes repetia o pedido dela. farta, escolheu um dia de chuva para lhe oferecer um dicionário de lugares-comuns (na esperança que a próxima vítima se deparasse com um reportório mais variado) e acabar o namoro.
quando ele lhe perguntou como iria viver sem ela, maria pediu-lhe o telemóvel com um ar cúmplice, apagou o seu número da memória, deu-lhe um beijo e saiu da pastelaria sem nunca olhar para trás.

Sem comentários: